Gente que salva gente
A Fundação Edhi não tem freiras mediáticas. Tem apenas crianças e um berço de metal, onde as mães deixam as crias rejeitadas, com um grande cartaz em urdu e inglês a suplicar "Não mates!". Algumas continuam a matar; outras apenas os entregam à sua sorte.
Todos os dias são encontrados bebés nas lixeiras do Paquistão. Crianças com deficiências, resultados de adultérios e relações fora do casamento e outros dramas afins. Esta Fundação recolhe-os e já salvou milhares de uma morte certa. Repito: não tem freiras mediáticas e ninguém fala deles. Duvido que a "mãe Edhi" (é assim que ela quer ser tratada pelos seus meninos) um dia venha a ser canonizada pelo Vaticano, porque os santos também têm que ter a cor e a religião certas. Repito: não gosto de santos. Muito menos de pau oco, muito menos de pose seráfica nas revistas. Mas gosto desta gente. Gosto desta gente que salva gente.
Não pensemos que é coisa do Terceiro Mundo. Na Itália, berço do conhecimento ocidental, uma associação semelhante inventou uma "roda" onde as mães abandonam as suas crianças devido ao crescimento alarmante do infanticídio e abandono de recém-nascidos nos hospitais. O volume corporal do bebé activa um sensor que manda um aviso ao serviço de urgências mais próximo. O mesmo sistema está a ser implementado na Alemanha.
E pensávamos nós que, na mui civilizada Europa, as "rodas" medievais tinham desaparecido...
Etiquetas: pessoas
2 Comentários:
Há coincidências de um carago... devo ter escrito o meu último post ao mesmo tempo que este, e praticamente sobre o mesmo tema.
A isso chama-se "empatia" :)
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