Confissão #41
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Flui em ti ilimitada coragem advinda dos verdadeiros adversários. - Kafka
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LEITURAS SUGERIDAS PELA AUTORA
Sermões, Padre António Vieira
Clarice, Erico Veríssimo
A Louca da Casa, Rosa Montero
O verbo ler não suporta o imperativo.
Daniel Pennac
Ler é ir ao encontro de algo que vai existir.
Italo Calvino
Porque ler é uma forma de partilha...
Porque cada leitor tem direito ao encontro com outros leitores e com os autores...
Desde Março de 2006, a Livraria Almedina-Atrium Saldanha abre a todos os que gostam de ler a possibilidade de participarem numa comunidade de leitores.
Composta por um grupo heterogéneo de pessoas, a COMUNIDADE DE LEITORES ALMEDINA reúne-se, NA PRIMEIRA E NA ÚLTIMA QUARTAS-FEIRAS DE CADA MÊS, para, num ambiente informal, partilhar a experiência de leitura prévia de um livro. Para, em conjunto, o ler em voz alta, analisar, discutir e relacionar com outras leituras e com a experiência de vida de cada um.
A partir de Setembro de 2007, a COMUNIDADE DE LEITORES ALMEDINA acompanha o lançamento das mais recentes NOVIDADES EDITORIAIS da ficção portuguesa contemporânea.
Na última sessão de cada mês, ESTARÁ PRESENTE O AUTOR PORTUGUÊS EM DESTAQUE, também na qualidade de leitor de obras por ele sugeridas como leituras paralelas.
TODAS AS SESSÕES SÃO ABERTAS AO PÚBLICO EM GERAL
Organização: Filipa Melo e Almedina
INSCRIÇÕES
Livraria Almedina
Atrium Saldanha,
Pç. Duque de Saldanha, 1
Loja 71 – 2.º Piso
Lisboa
Tel: 213 570 428
Contacto: Duarte Martinho
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``Fui operário, trabalhei, vivi uma vida apertada; fui, em resumo, o que a maioria da
``Fui um operário vulgar, em suma; como todos, trabalhava porque tinha que trabalhar,
Parou um momento. Voltou-se um pouco mais para mim. Continuou, inclinando-se
- Fui sempre mais ou menos lúcido. Senti-me revoltado. Quis perceber a minha
- E a teoria, que V. tem hoje, é a mesma que tinha nessa altura?
- A mesma. A teoria anarquista, a verdadeira teoria, é só uma. Tenho a que sempre
que fizer; outro nasce assim como eu, e tem que andar direitinho como um prumo para
``As injustiças da Natureza, vá: não as podemos evitar. Agora as da sociedade e das
nenhuma.''
Parou outra vez um momento, como a pensar como prosseguiria. Fumou e soprou o
- Uma pergunta, por curiosidade... Por que é que V. se tornou propriamente
- Isso mesmo.
- Por que escolheu V. essa fórmula extrema e não se decidiu por qualquer das
- Eu lhe digo. Eu meditei tudo isso. É claro que nos folhetos que eu lia via todas essas
Fitou um momento cousa nenhuma. Depois voltou-se para mim.
- O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se
Ora qualquer sistema que não seja o puro sistema anarquista, completamente, é uma
``Isto parece-me que é concludente. Mas suponhamos que o não é; suponhamos que
``Por que é que o sistema anarquista não seria realizável? Nós partimos, todos os
natural é o que é do instinto; e o que não sendo instinto, se parece em tudo com o
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Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande
- É verdade: disseram-me há dias que V. em tempos foi anarquista...
- Fui, não: fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista.
- Essa é boa! V. anarquista! Em que é que V. é anarquista?... Só se V. dá à palavra
- Do vulgar? Não; não dou. Emprego a palavra no sentido vulgar.
- Quer V. dizer, então, que é anarquista exactamente no mesmo sentido em que são
- Diferença, diferença, há... Evidentemente que há diferença. Mas não é a que V.
- Ah, já percebo! V., quanto às teorias, é anarquista; quanto à prática...
- Quanto à prática sou tão anarquista como quanto às teorias. E quanto à prática sou
- Hein?!
- Toda a minha vida o mostra, filho. V. é que nunca deu a esta cousas uma atenção
- Ó homem, eu não percebo nada!... A não ser..., a não ser que V. julgue a sua vida
- Já lhe disse que não - isto é, já lhe disse que não dou à palavra anarquismo um
- Está bem... Continuo sem perceber... Ó homem, V. quer-me dizer que não há
- Não; não é isso. O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da
- sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser -, em mim
Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles - os dos sindicatos e das
In O Banqueiro Anarquista, de Fernado Pessoa
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