sexta-feira, 31 de agosto de 2007
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
da luz que se apaga
Para que a luz se apague, é preciso que alguém dê ao interruptor. Ansiar pelo dia em que a lâmpada se funda pode ser uma espera longa demais, enquanto o tempo corrói a madeira do candeeiro.
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Pensamentos randómicos*
*Randómicos é uma expressão da Arya
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Ide, ide
Cada vez entendo menos estes internautas, mas vou tentar ajudá-los. Se quereis encontrar definições concretas de palavras e conceitos como esses aí ao lado, não ide ao Google, ide à Wikipedia.
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quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Vou lavar o meu chão branco com lixívia, para ver se aclaro a tua memória.
Não quero sonhar contigo, se não te posso abraçar. Sai dos meus sonhos e instala-te na minha memória, sem dor, num lugar só nosso onde te possa encontrar.
Não me faças sonhar contigo; queres matar-me de saudade?
Etiquetas: morte
Confissão #13
E não interessa se o nosso cabelo anda a passar por uma fase péssima, se a nossa pele nunca mais parece sair da adolescência, se tudo o que vemos ao espelho é alguém que precisa de informação básica sobre o conflito israelo-palestianiano.
A vida recomeçou.
E temos esperança. E prometemos nunca mais cometer os mesmos erros mesmo se, no íntimo, sabemos que os repetiremos.
E se eu sou o teu sonho? Por onde andas tu? Há tanto que te quero mostrar.
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terça-feira, 28 de agosto de 2007
The Cure - High
Espero que todos gostem, mesmo os que não a têm como umas das suas bandas favoritas
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segunda-feira, 27 de agosto de 2007
domingo, 26 de agosto de 2007
Exorcismos
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Da intelligentsia valorosa e insubstituível
(Eu) apenas quero registar o (opressivo) sentimento de perda.
29/03/1944 - 25/08/2007
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sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Sugestão de leitura para o fim-de-semana
Jorge de Sena
Pessoa foi uma presença constante no ensaísmo de Sena daí o grande interesse por este notável estudo de conjunto, desde a publicação da 1ª edição. Esta extensa colectânea reúne tudo o que de importante Sena foi escrevendo sobre a obra de Pessoa, incluindo desenvolvidas notas de acompanhamento de alguns textos.
Um estudo que serve tanto para o conhecimento de Pessoa como para o da personalidade do próprio Sena.
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Confissão #12
Com essas migalhas de atenção. As quais atiras no desespero de mais uma amizade falhada.
Com esses "olás" esporádicos. Os quais acreditas piamente que alegram o meu dia solitário e desolado.
Com esse sofrimento aberto e declarado. O qual crês faz de ti um excepcional ser-humano.
Com o facto de eu ter perdido horas. Dias. Meses. Mais de um ano.
A pensar em ti.
Oh, eu estou interessada, sim. Em tudo.
No resto do mundo. Menos em ti.
Suponho que isso não se notava o quão especial eu era quando fazia o meu melhor para te ver feliz, não é?
Mas depois de uma sucessão de alegres idiotas, a Arya começa a parecer interessantezinha, certo?
Sms... Mensagens Hi5... Perguntas insistentes no Msn... Tudo isso muito me espanta.
Ora, vai para o raio que te parta. E esquece que eu existo.
Não acredito que afirmaste à boca cheia que me apresentaste a música dos Muse. Retirei o "Absolution" do meio da minha pilha de "cd's a ouvir", enquanto comprava quase por acaso o "Showbiz". No Inverno de 2006.
Aquele durante o qual me ignoraste alegremente e eu caía de bom grado de amores por uma pessoa mais merecedora. Mas, vá. Mordi o lábio e aquiesci.
Narcísico do caraças. Esta não te perdoo.
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terça-feira, 21 de agosto de 2007
Confissão #11
...mandas sms's...
...dizes que sonhaste comigo...
...lembras-te que há um filme prestes a sair que adivinhas eu quero ver...
...abres janelas de conversação no MSN...
Tarde demais.
P.S. -- Temos pena.
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domingo, 19 de agosto de 2007
dos silêncios
foto: joão espinho
Chamas-me pelo telefone, anuncias uma imensidão de coisas para contar, digo-te que sim, e deixo-te falar.
O meu retrato é testemunha da atenção que te prestei, onde nenhuma palavra te devolvi.
Pior que isso, só os telefonemas em que o silêncio é ensurdecedor.
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Não posso ter a certeza de nenhum acontecimento ou lugar a não ser da minha solidão. Diz-me pois o que as estrelas contam de mim. (...)
Há no meu olhar uma ruptura por onde a loucura sempre escoa. (...)
Sou uma mulher louca a quem as casas piscam o olho e oferecem a hospitalidade dos seus ventres."
- Anais Nin, "A Casa do Incesto"
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sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Sangre y azahar en Cunninghame Graham
POR FERNANDO IWASAKI, in "ABC- edición de Sevilla" del 11/08/2007
"Fundador del partido socialista inglés, escritor trashumante, jinete consumado y amigo de Valle-Inclán, Joseph Conrad y Buffalo Bill, Robert Bontine Cunninghame Graham (1852-1936) fue un enamorado de la cultura hispánica, pues pasó su infancia en Andalucía, recorrió Hispanoamérica a caballo desde la Patagonia hasta Texas y murió en Argentina, donde todavía se le venera por sus cuentos sobre gauchos, cuchilleros y compadritos, que alguien debería cotejar algún día con los de Jorge Luis Borges.
Uno creía que el único vínculo entre Sevilla y Cunninghame Graham era Abelardo Linares, poeta y librero sevillano que ha editado las únicas obras del viajero escocés publicadas en España -El Río de la Plata (Espuela de Plata, 2004) y Trece Historias (Espuela de Plata, 2006)-, hasta que el propio Abelardo puso en mis manos una alhaja bibliográfica que tiene que ser una golosina para cualquier coleccionista de curiosidades sevillanas: Aurora la Cujiñi. A Realistic Sketch in Seville (Leonard Smithers, London, 1898), un primoroso folleto del que apenas se imprimieron quinientos ejemplares.
Gracias a la edición de C.T. Watts, Joseph Conrad´s Letters to Cunninghame Graham (Cambridge, 1969), sabemos que el autor de El corazón de las tinieblas no sólo disfrutó del segundo ejemplar numerado de aquella tirada («Tr_s cher ami: This morning I had the Aurora from Smithers Nº 2 of the 500 copies. C´est, tout simplement, magnifique», 30th July 1898), sino que lo recomendó a Edward Garnett («He read Aurora here. He thinks it is simply great», 27th August 1898), editor de Conrad y de Lawrence de Arabia. Garnett se entusiasmó tanto con la recomendación de Joseph Conrad que se lo encareció así a Cunninghame Graham: «At Conrad´s the other day I read your Aurora la Cujiñi. It is one of the finest things you had done, & certainly the richest in colour. Only an «impression» you will say. Yes, but something that transfers the intoxication to us» (26th August 1898). Es decir, una colorida y embriagadora historia, la mejor de todas las escritas por Cunninghame Graham.
¿Y cómo era esa Sevilla que fascinó al autor de Nostromo? ¿Quién era Aurora «La Cujiñi»? ¿Qué quiso contar Cunninghame Graham?
Amante de los caballos -sobre los cuales escribió varios libros como The Tale of Two Horses (1935), Rodeo (1936) y The Horses of the Conquest (1930), dedicado a su caballo «Pampa»- Cunninghame Graham no toleraba las carnicerías que se perpetraban durante las antiguas corridas de toros y así no tuvo reparos en describir todo el horror que le producía ver a los caballos destripados, agonizantes y desangrados en la plaza de la Mestranza, a quienes comparó con los mártires cristianos en el circo romano: «Hungry and ragged, they had trodden on their entrails, received their wounds without a groan, without a tear, without a murmur, faithful to the end; had borne their riders out of danger, falling upon the bloody sand at last, with quivering tails, and, biting their poor parched and bleeding tongues, had died just as the martyrs died at Lyons or in Rome, as dumb and brave as they». Así, en la Sevilla de Aurora la Cujiñi, el olor de la sangre de los caballos es más fuerte que el perfume de la primavera.
Otra cosa que llamó la atención de Cunningham Graham fue el «arte de piropear» de los sevillanos, cuya descarada manera de examinar a las mujeres y de ponderar las porciones más sobresalientes de sus anatomías, le recordó a los tratantes ingleses de caballos: «If a woman, rich or poor, a Countess from Madrid, or maiden of the Caloró from the Triana, chanced to pass, they criticized her as a prospective does a horse at Tattersall´s. Her eyes, her feet, her air, everything about her, were freely commented on, and if found pleasing then came the approving «blessed be your mother!» with other compliments of a nature to make a singer at a Paris café concert blush». Según Cunninghame Graham, los bares de la calle Sierpes se llenaban de hombres que todo el tiempo hablaban de toros, de política y de mujeres («The cafés were gorged with clients, all talking about the bull-fight, the Government, or disputing of the beauty and the nature of the women of their respective towns»). Menos mal que en eso sí hemos cambiado con respecto al siglo XIX, porque ahora en el siglo XXI además hablamos de fútbol.
Así, en aquella Sevilla que durante el día olía a sangre y a azahar, Cunninghame Graham buscó refugio nocturno en el Café del Burrero, que más que un templo flamenco se le antojó un antro machista («So on this evening the «Burero» was packed with men»). Un café-cantante cutre y oscuro como una cueva («An enormous music-hall, without a looking-glass, without a bar, without a velvet-cushioned seat, half lit by miserable oil lamps») y con una clientela más bien inquietante («the flower of the rascality of Spain»). Ahí, mientras los parroquianos bebían manzanilla y comían boquerones, un viejo gitano le contó la historia de Aurora «La Cujiñi», una gitana maravillosa que había bailado mejor que nadie, antes de morir trágica y misteriosamente. De pronto, una bellísima joven emergió de la noche oscura vestida como una gitana antigua («dressed in a somewhat older fashion than the others, her hair brought low upon her forehead and straying on her shoulders in the style of 1840, her skirt much flounced, low shoes tied round the ankles, a Chinese shawl across her shoulders») y ejecutó un baile profundo, sensual y hechicero, antes de esfumarse otra vez. Todos los gitanos del Burrero sabían que era un fantasma, pero todos jalearon y aplaudieron su baile, porque bailar era su gloria y su condena. «One God, one Cujiñi», balbuceó conmovido el anciano gitano.
¿Cómo podía encarnarse así un alma en pena? Cunninghame Graham quería creer que «La Cujiñi» regresaba del trasmundo a bailar, cada vez que el olor de la sangre y el azahar se fraguaban en el aire («she took a brief and fleeting reincarnation to breathe once more the air of Seville, heavy with perfume of spring flowers mixed with the scent of blood»). Ignoro si García Lorca leyó a Cunninghame Graham, pero seguro que habría admitido que «La Cujiñi» era lo más parecido al ser que conjuró en su conferencia «Teoría y juego del duende»: un gólem de sangre y azahar."
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Grande verdade
Sublinhado meu
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Mulheres...
Cada vez me sinto mais atraído por mulheres na casa dos 30 e dos 40...
P.S. Sempre tive um fraco por mulheres que gostam de "bichos", porque acho que, se uma mulher é capaz de gostar de uma coisa que pode vomitar em cima da carpete, aguenta as minhas parvoíces com certeza.
Etiquetas: J.P.
Mais considerações randómicas
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Temos um link para um dicionário neste blog. Isso fará de nós uns snobs?
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Não fosse esse ser um título reservado de pleno direito à Arya pela sua brilhante autoria e criaria um blog chamado "Considerações randómicas". A sério que sim.
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Confissão #10
Enquanto o visionamento de 11 episódios desta excelente série aguarda-me pacientemente no leitor de DVD.
Um bom exemplo do "faz o que eu digo, não faças o que eu faço".
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quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Só...
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Mais "considerações randómicas"
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quarta-feira, 15 de agosto de 2007
do futuro
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Bom feriado para tod@s
U2, Sometimes You Can't Make It On Your Own*
* Música dedicada ao falecido pai de Bono, Bob Hewson
u2
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terça-feira, 14 de agosto de 2007
Mais uma "consideração randómica"
Matt Ritchel
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segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Nunca se esqueçam!
Pode ser a diferença entre uma máquina digital funcional ou... não.
*raios*
domingo, 12 de agosto de 2007
sábado, 11 de agosto de 2007
da luz e da sombra
foto: joão espinho
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sexta-feira, 10 de agosto de 2007
O regresso de Zorro
Beyoncé & Alejandro Fernández – “Amor gitano”
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quinta-feira, 9 de agosto de 2007
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Considerações randómicas sobre o modo como a minha vida amorosa se correlaciona com a minha vida bloguística #2
Eu senti o perigo no primeiro minuto de conversação online. Mas claro, a minha presunção levou-me a acreditar que eu conseguiria imunizar-me a tempo. Ou pelo menos, manter-me aparentemente indiferente.
Por favor, eu estava a desfrutar de conversas amicíssimas das 22h00 às 05h00, e a adorar cada minuto. Quem estava eu a enganar...?
Eu estava tão perto daquele momento crucial. Aquele em que eu iria começar a disparatar e teria de oferecer algum tipo de explicação. Esta resultando claro, no tradicional "I'm so in love with you, babe".
Bem, não tão tradicional -- afinal desprezo a normalidade e faço uma festarola mesmo com os acontecimentos mais insignificantes, e... não tão "I love you" -- já que tenho um cadastro de desaires emocionais de cada vez que me atrevo a expressar afeição. Mas adiante.
O problema não era eu. Nem ele. Ele era (e é) perfeito. O que se passou foi que falei com demasiadas pessoas próximas dele. Estabeleci demasiados paralelos com situações infelizes pelas quais já tinha passado.
E quando senti que um afrouxar de atenção por parte dele (sendo como é, um costumário presságio do fim) presumi que nunca nada aconteceria.
Porque vêem, eu tinha feito um acordo comigo mesma: da próxima vez que me enamorasse de alguém mas encontrasse o mais ínfimo motivo para recuar, fa-lo-ia. Para o meu próprio bem.
E por uma vez, uma gloriosa vez na minha vida, segui uma linha de pensamento tão racional e incaracterística que até me assustou.
Elise, no outro dia tinhas mencionado o "He's So Not Into Me". Ainda não te agradeci, e até sei exactamente de que livro se trata -- usei-o em tempo real para analisar mais uma pseudo-relação.
Quando somei o número de vezes que ele não me telefonou, quando somei o número de vezes que ele mencionava outras raparigas, quando somei tudo o que não tinha sido feito e dito, bem... definitivamente ajudou-me a tomar uma decisão.
Se ele realmente estivesse interessado em mim, transmitiria sinais mais concretos do que o fez. Porque, como diz o Greg, mesmo que uma pessoa esteja ocupada e com imenso em mente, o advento dos telemóveis permite mantermo-nos contacto com quem quisermos. Basta claro, querer.
Então... o mais triste é que, com recuo ou sem recuo, eu poderia estar nesta altura tão sem ele como noutra situação qualquer.
Ou será este pensamento enganador meramente reconfortante, quando comparado à possibilidade de se ter partido o coração de uma pessoa...?
Talvez nunca tenhamos passado de amigos e eu tenha imaginado tudo. Mas ainda tenho a sensação avassaladora de lhe dever um grande e gordo "desculpa".
Amy Winehouse, "You Know I'm No Good"
Etiquetas: Arya Bodhisattva
Happy :)
Não nos esqueçamos, no entanto, o fim deste blog: divertimento!
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terça-feira, 7 de agosto de 2007
Bocejo
Etiquetas: yashmeen
Música para os Romances de Verão
Anyone, caught in you mystery...
Vá lá, aproveitem o tempo, façam muito amor, mas com as devidas precauções... olhem os bebés de Verão ;)
Etiquetas: J.P.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
sábado, 4 de agosto de 2007
Mais insónias...
Toda a doença é um problema musical - a sua cura, uma solução musical. Quanto
mais rápida e completa é a solução - maior é o talento musical do médico.
Novalis, Pólen e Fragmentos
Etiquetas: Elise
Considerações randómicas sobre o modo como a minha vida amorosa se correlaciona com a minha vida bloguística #1
De qualquer maneira, quando chegou o momento decisivo, ele não agiu conforme o esperado e eu -- na minha exigência glacial -- deixei o assunto pura e simplesmente cair. Pouco tempo depois, compreendi que nunca havia estado realmente apaixonada por ele, mas pela hipótese de construir com ele uma relação que me satisfizesse.
Mais tarde, vim a descobrir que um texto que me havia enviado por e-mail, onde se lia o post-scriptum "escrito por mim", havia na realidade sido redigido por uma camarada blogueira e copiado sem misericórdia por ele (nem respeito pelos direitos de autor, diga-se de passagem).
Em última instância, não foi exactamente isso que me aborreceu, mas o facto de nunca se ter desculpado, não ter corrigido os erros ortográficos do original e ter-me enviado uma trampa de gosto literário duvidoso crente que eu apreciaria aquilo.
Aproveito para saltar por cima de inúmeros pormenores entediantes, e contar já o final da história. Não... esperem... deixem-me usar a seguinte metáfora musical: ele veio a descobrir que era bem mais fácil decorar um refrão de reggaeton que decifrar um verso indie.
Lembrei-me disto tudo no outro dia, quando finalmente expurguei o telemóvel das dezenas de mensagens escritas ambíguas que me foram enviadas durante meses a fio. As últimas, creio, mesmo depois de ele começar a namorar outra rapariga.
Janis Joplin, "Ball & Chain (live at Woodstock '69)"
Etiquetas: Arya Bodhisattva
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
contra-luz
Olhar para um corpo em contra-luz impede-nos de lhe conhecer o rosto, a textura, a fachada.
Traz-nos, porém, a vantagem de lhe perceber os contornos e saber se a moldura está de acordo com o conteúdo.
É também por isso que o sol é um revelador natural de actores de textura efémera mas de moldura perene.
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CÂNTICO NEGRO - JOSÉ RÉGIO
CÂNTICO NEGRO
"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.
José Régio
Etiquetas: J.P.
Confissão #9
Mas aprendi desde cedo a não demonstrar vulnerabilidade.
Existe tanto a separar-nos.
Ela, ela, elas. E a minha cabeça, sempre a minha cabeça.
E embora tu tenhas permanecido por aqui...
...hoje vou pôr batôn vermelho e celebrar o facto de estar sozinha.
Porque não podemos. Não devemos. Não iremos.
E um belo dia serei o amor da vida de alguém.
Mas não o teu. Faço questão disso.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Etiquetas: yashmeen
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Leituras randómicas
Eis um livro dedicado a todos nós, bloggers - viciados ou não -, amantes da Web 2.0, do MP3, dos mails em vez da correspondência normal, dos chats, dos conhecimentos virtuais.
Um thriller louco e vertiginoso, tal como a velocidade dos nossos tempos, que alerta para os perigos aí vindouros, mas que também põe um acento nas melhorias das nossas vidas trazidas pela Net.
Um livro não só comparável à escrita de Michael Chichton e John Grisham, como enunciado na capa, mas também, na minha humilde opinião, com alguns toques muito pouco subtis da escrita de Douglas Coupland e de Chuck Palahniuk.
Etiquetas: J.P.